sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ecochic - Livro traz dicas sobre o meio ambiente


Gestos cotidianos e hábitos sustentáveis podem contribuir para salvar o planeta. É o que garante a escritora e blogueira Margaret Fenwick, professora de literatura e idiomas e especialista em meio ambiente, no livro "Ecochic - Pequeños gestos para cuidar de ti y de tu planeta" ("Ecochic - Pequenos gestos para cuidar de você e do seu planeta", sem versão para o português), recém-lançado na Espanha.

Ela alerta, por exemplo, que para fabricar e transportar uma garrafa plástica cheia de água é preciso um quarto de seu volume em petróleo. E ensina que é possível economizar mais de 50% da conta de luz com gestos simples.

A autora também defende que não se utilize mais as bolsas de plástico para fazer compras: um par de bolsas de tela resistente é o ideal para comprar  "com o mínimo impacto e o maior estilo".

No que se refere a comida, Fenwick recomenda que as pessoas se alimentem apenas com vegetais uma vez por semana. A ideia se alinha à campanha "Meat free Mondays" ("Segundas-feiras livres de carne"), de Paul McCartney. Segundo um estudo da ONU, a indústria da pecuária emite quase 20% de todos os gases do efeito estufa, muito mais que todos os carros, aviões, navios, caminhões e trens juntos. Por isso, comer carne não é muito sustentável para o planeta.

Transporte público
Outro conselho citado pela blogueira é utilizar a bicicleta como transporte público de referência. Ela ainda fala em buscar o algodão orgânico, biológico ou ecológico nos rótulos das camisas. A escritora constata em seu livro que a produção de algodão não orgânico utiliza 25% do total de todos os inseticidas do mundo e 10% dos pesticidas, substâncias que prejudicam a biodiversidade, intoxicam e desnutrem o solo.

A autora não esquece também o cuidado com a pele, e aconselha a opção por produtos com menos substâncias tóxicas. "Não se pode esquecer que a pele absorve como uma enorme esponja tudo o que entra em contato com ela", afirmou.

Fenwick aconselha a que nos desfaçamos dos vários carregadores eletrônicos que possuímos e aponta um, de uso solar, como a solução, 100% sustentável. Como ele, seria possível recarregar mais de 100 aparelhos.

Também pede que se evite as modas passageiras e se opte por produtos de qualidade no guarda-roupa. Para compor o visual, a recomendação é usar acessórios únicos, como bolsas e colares, e itens artesanais.

A especialista em meio ambiente também recomenda que as pessoas abram mão do ar-condicionado, que segundo ela emite um "coquetel sujo" de substâncias químicas.

Ela ainda sugere plantas no interior de casa, já que, segundo estudos da Nasa (agência espacial americana), elas "limpam o ar de toxinas, como o benzeno, regulam os níveis de umidade e suprimem a existência de micróbios".








Consciência
A antropóloga Jane Goodall assegura no prólogo do livro que o mais importante é dedicar alguns minutos do dia para aprender sobre as consequências das decisões que tomamos e de nossas compras: de onde vêm os produtos, quantos quilômetros viajaram, como se fabricou, o quanto poluem e, sobretudo, se realmente precisamos deles.

Segundo ela, assim começaremos a notar as mudanças. "Até as coisas menores são importantes na maneira em que vivemos nossas vidas para salvar o planeta", afirma.

Fonte: UOL Notícias

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mais sobre a sustentabilidade no mundo da moda


Doze entre dez mulheres amam perambular pelo shopping center. Melhor quando voltam com pelo menos algumas pecinhas novas para casa, certo? Muito bem, se você ama de paixão as tendências, aqui vai uma que está sacudindo o mundo fashion - moda que respeita o planeta.

Dá para desfilar linda e ainda fazer a linha ecoantenada. A cantora Beyoncé já aderiu. Quer entrar para a turma?

Panos quentes, sustentáveis e confortáveis
Você já deve ter ouvido falar que o consumo desenfreado - com a constante troca de coleções da moda incluída - é um dos grandes vilões da destruição do meio ambiente. Pois pode começar a conjugar o verbo no passado se a conversa for sobre o seu, o nosso guarda-roupa.

Não são duas nem três grifes que estão adotando processos e matérias-primas sustentáveis. A nova vedete entre os estilistas ecofriendly (parceiros da ecologia) é o algodão orgânico, cultivado sem agrotóxicos ou fertilizantes artificiais.

O que você ganha com isso? Como a produção mundial do tecido ainda é pequena, as peças são exclusivas e assinadas por marcas descoladas, entre elas Zara, Stella McCartney, Nike, Cantão e Levi’s.

Essa última fez bastante sucesso com o jeans orgânico Revolution. “No futuro, vamos ampliar o alcance para toda a linha”, aposta Maurício Busin, gerente de marketing da empresa. Outro figurão engajado é o italiano Giorgio Armani. “As camisetas Emporio Armani Red usam algodão plantado em áreas do Peru e da Bolívia que foram palco do tráfico de drogas”, conta Patricia Gáia, diretora executiva do grupo Armani no Brasil.

Sem falar das roupas da marca feitas de cânhamo, erva que não necessita de pesticida para se desenvolver e produz um fio muito resistente. “O resultado é um tecido fresco para o verão e confortável para o inverno”, fala Patricia.

Erva, milho e peixe para a manga
É isso mesmo. Camisetas de viscose e elastano logo, logo serão coisas do passado. A natureza está pronta para virar roupa! As etiquetas com o selo e-fabrics (preservam o meio ambiente e estimulam o desenvolvimento das comunidades) ganham versões cada vez mais criativas.

Em Nova York, por exemplo, existem lojas que só vendem peças feitas com fibra de milho, soja, bambu e, pasme, até maconha. Tem também bolsas e sapatos de couro de tilápia, um peixe de água doce. Quem diria...


Yes, nós temos sapatos de pneus
É claro que nosso povo, mundialmente conhecido pela criatividade, não poderia ficar para trás nessa onda esverdeada. Até porque, segundo o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (Idhea), somos o país mais rico do mundo em matérias-primas naturais renováveis.

Ponto! Os calçados feitos de lona e pneus reciclados da marca nacional Goóc já são sensação nas exclusivas Galeries Lafayette, em Paris. Ulalá. Além de beneficiar o meio ambiente, a empresa contribui para o desenvolvimento de Feira de Santana, cidade baiana onde fica a fábrica.

As brazucas Osklen e Track & Field usam malha pet, produzida com fibra de garrafas plásticas. Resistente e de toque macio, o tecido representa um incentivo aos catadores de lixo e à reciclagem. Esse foi um dos motivos que estimularam a estilista recém-formada Ana Paula Mendes Oliveira, de 22 anos, a usá-lo em sua coleção. “Quis passar uma mensagem positiva, mostrando que a moda não é fútil e pode salvar o meio ambiente”, conta a finalista do concurso Novíssima Geração, realizado pela Feira Internacional de Indústria Têxtil. Falta só você nessa passarela.

Fonte: Revista Nova

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Aquecimento global continua


Há poucos meses, quando o hemisfério Norte viveu um inverno especialmente frio, com grandes tempestades de neve e temperaturas muito baixas, cresceram as dúvidas sobre o aquecimento global. Nos últimos dias, registrou-se o oposto. Ondas de calor estenderam-se pela Europa e Estados Unidos. Mesmo em países como a Finlândia, os termômetros marcaram 37ºC, algo nunca visto desde que começaram as medições sistemáticas. Teria a Terra se reaquecido novamente?

As tentativas de avaliar a evolução do clima observando períodos curtos vendem jornais e alimentam conversas de bar, mas são estatisticamente bizarras. Dizer que os três últimos meses foram quentes, e por isso o planeta está ficando mais quente, é como olhar pela janela, constatar que os três primeiros passantes são japoneses e alardear que a composição étnica do Brasil está mudando. Por isso, têm enorme importância os estudos que avaliam as alterações climáticas numa perspectiva histórica mais larga, e observando um conjunto amplo de fenômenos. Um deles acaba de ser lançado pela NOAA, a agência amosférica e oceânica dos Estados Unidos. É o relatório Estado do Clima, versão 2009.
Na edição recém-apresentada, a NOAA revela os resultados de um estudo que abrange 150 anos — de 1850 a 2000 — e que examina, além das próprias temperaturas, outros indicativos de mudança climática. No que diz respeito às medições dos termômetros, os resultados são claros. “Cada uma das três últimas décadas foi bem mais quente que a anterior. Os anos 1980 foram, à época, os mais quentes de que se tinha registro. No decênio seguinte, todos os anos foram mais quentes que a média dos 80. Os anos 2000 são ainda mais quentes”, diz uma nota à imprensa publicada no site da NOAA.

As evidências externas também são convincentes. O relatório estudou um conjunto de dez fenômenos. Constatou que, em todo o mundo, estão se elevando: a) a temperatura do ar nos continente; b) a temperatura da superfície do mar; c) a do ar acima dos oceanos; d) o nível oceânico; e) o calor oceânico; f) a umidade do ar; g) a temperatura da troposfera, a camada da atmosfera que se estende desde a superfíce do planeta até 7 a 17 km de altitude. E estão caindo: a) o volume do gelo ártico; b) a área das geleiras; c) a cobertura de neve no hemisfério Norte, durante a primavera.

O relatório recolheu contribuições de mais de 300 cientistas, de 48 países, que formaram 160 grupos de trabalho. Um bom resumo visual do estudo é o gráfico acima, publicado por The Economist. Nele, nota-se que, vistas na média, as mudanças de temperatura são sutis: a elevação é de cerca de 0,6ºC, nos últimos 50 anos. “Pode parecer pouco, mas já alterou nosso planeta”, diz Dake Arnt, co-editor do estudo e chefe da Divisão de Monitoramento do Clima da NOAA: “As geleiras e o gelo oceânico estão se derretendo, as chuvas pesadas intensificam-se, as ondas de calor tornam-se mais comuns”.

Fonte: Blog do Ecologia Urbana

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Energia eólica e solar na iluminação pública

Não tem mais volta.
As tecnologias limpas – aquelas que não queimam combustível fóssil – serão o futuro do planeta quando o assunto for geração de energia elétrica. E, nessa onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e Portugal, além dos Estados Unidos. Também está na dianteira quem conseguiu vislumbrar essa realidade, quando havia apenas teorias, e preparou-se para produzir energia sem agredir o meio ambiente. No Ceará, um dos locais no mundo com maior potencial energético (limpo), um ‘cabeça chata’ pretende mostrar que o estado, além de abençoado pela natureza, é capaz de desenvolver tecnologia de ponta.
O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.
Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.
Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.
Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.
À prova de apagão

Por meio dessas duas fontes, funcionando paralelamente, o poste tem autonomia de até sete dias, ou seja, é à prova de apagão. Ximenes brinca dizendo que sua tecnologia é mais resistente que o homem: "As baterias do poste híbrido têm autonomia para 70 horas, ou seja, se faltarem vento e sol 70 horas, ou sete noites seguidas, as lâmpadas continuarão ligadas, enquanto a humanidade seria extinta porque não se consegue viver sete dias sem a luz solar".

O inventor explica que a idéia nasceu em 2001, durante o apagão. Naquela época, suas pesquisas mostraram que era possível oferecer alternativas ao caos energético. Ele conta que a caminhada foi difícil, em função da falta de incentivo – o trabalho foi desenvolvido com recursos próprios. Além disso, teve que superar o pessimismo de quem não acreditava que fosse possível desenvolver o invento. "Algumas pessoas acham que só copiamos e adaptamos descobertas de outros. Nossa tecnologia, no entanto, prova que esse pensamento está errado. Somos, sim, capazes de planejar, executar e levar ao mercado um produto feito 100% no Ceará. Precisamos, na verdade, é de pessoas que acreditem em nosso potencial", diz.
Mas esse não parece ser um problema para o inventor. Ele até arranjou um padrinho forte, que apostou na idéia: o governo do estado. O projeto, gestado durante sete anos, pode ser visto no Palácio Iracema, onde passa por testes. De acordo com Ximenes, nos próximos meses deve haver um entendimento entre as partes. Sua intenção é colocar a descoberta em praças, avenidas e rodovias.
O empresário garante que só há benefícios econômicos para o (possível) investidor. Mesmo não divulgando o valor necessário à instalação do equipamento, Ximenes afirma que a economia é de cerca de R$ 21.000 por quilômetro/mês, considerando-se a fatura cheia da energia elétrica. Além disso, o custo de instalação de cada poste é cerca de 10% menor que o convencional, isso porque economiza transmissão, subestação e cabeamento. A alternativa teria, também, um forte impacto no consumo da iluminação pública, que atualmente representa 7% da energia no estado. "Com os novos postes, esse consumo passaria para próximo de 3%", garante, ressaltando que, além das vantagens econômicas, existe ainda o apelo ambiental. "Uma vez que não haverá contaminação do solo, nem refugo de materiais radioativos, não há impacto ambiental", finaliza Fernandes Ximenes.

Vento e sol         
Com a inauguração, em agosto do ano passado, do parque eólico Praias de Parajuru, em Beberibe, o Ceará passou a ser o estado brasileiro com maior capacidade instalada em geração de energia elétrica por meio dos ventos, com mais de 150 megawatts (MW). Instalada em uma área de 325 hectares, localizada a pouco mais de cem quilômetros de Fortaleza, a nova usina passou a funcionar com 19 aerogeradores, capazes de gerar 28,8 MW. O empreendimento é resultado de uma parceria entre a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a empresa Impsa, fabricante de aerogeradores. Além dessa, a parceria prevê a construção de dois outros parques eólicos – Praia do Morgado, com uma capacidade também de 28,8 MW, e Volta do Rio, com 28 aerogeradores produzindo, em conjunto, 42 MW de eletricidade. Os dois parques serão instalados no município de Acaraú, a 240 quilômetros de Fortaleza.Se no litoral cearense não falta vento, no interior o que tem muito são raios solares. O calor, que racha a terra e enche de apreensão o agricultor em tempos de estiagem, traz como consolo a possibilidade de criação de emprego e renda a partir da geração de energia elétrica. Na região dos Inhamuns, por exemplo, onde há a maior radiação solar de todo o país, o potencial é que sejam produzidos, durante o dia, até 16 megajoules (MJ – unidade de medida da energia obtida pelo calor) por metro quadrado.
 Essa característica levou investidores a escolher a região, especificamente o município de Tauá, para abrigar a primeira usina solar brasileira. O projeto está pronto e a previsão é que as obras comecem no final deste mês (abr10). O empreendimento contará com aporte do Fundo de Investimento em Energia Solar (FIES), iniciativa que dá benefícios fiscais para viabilizar a produção e comercialização desse tipo de energia, cujo custo ainda é elevado em relação a outras fontes, como hidrelétricas, térmicas e eólicas.
A usina de Tauá será construída pela MPX – empresa do grupo EBX, de Eike Batista – e inicialmente foi anunciada com uma capacidade de produção de 50 MW, o que demandaria investimentos superiores a US$ 400 milhões. Dessa forma, seria a segunda maior do mundo, perdendo apenas para um projeto em Portugal. No entanto, os novos planos da empresa apontam para uma produção inicial de apenas 1 MW, para em seguida ser ampliada, até alcançar os 5 MW já autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os equipamentos foram fornecidos pela empresa chinesa Yingli.
Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, essa ampliação dependerá da capacidade de financiamento do FIES. Aprovado em 2009 e pioneiro no Brasil, o fundo pagaria ao investidor a diferença entre a tarifa de referência normal e a da solar, ainda mais cara. "A energia solar hoje é inviável financeiramente, e só se torna possível agora por meio desse instrumento", esclarece. Ao todo, estima-se que o Ceará tem potencial de geração fotovoltaica de até 60.000 MW.
Também aproveitando o potencial do estado para a energia solar, uma empresa espanhola realiza estudos para definir a instalação de duas térmicas movidas a esse tipo de energia. Caso se confirme o interesse espanhol, as terras cearenses abrigariam as primeiras termossolares do Brasil. A dimensão e a capacidade de geração do investimento ainda não estão definidas, mas se acredita que as unidades poderão começar com capacidade entre 2 MW a 5 MW.

Bola da vez
De fato, em todas as partes do mundo, há esforços cada vez maiores e mais rápidos para transformar as energias limpas na bola da vez. E, nesse sentido, números positivos não faltam para alimentar tal expectativa. Organismos internacionais apontam que o mundo precisará de 37 milhões de profissionais para atuar no setor de energia renovável até 2030, e boa parte deles deverá estar presente no Brasil. Isso se o país souber aproveitar seu gigantesco potencial, especialmente para gerar energias eólica e solar. Segundo o Estudo Prospectivo para Energia Fotovoltaica, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o dever de casa no país passa, em termos de energia solar, por exemplo, pela modernização de laboratórios, integração de centros de referência e investimento em desenvolvimento de tecnologia para obter energia fotovoltaica a baixo custo. Também precisará estabelecer um programa de distribuição de energia com sistemas que conectem casas, empresas, indústria e prédios públicos.
"Um dos objetivos do estudo, em fase de conclusão, é identificar as oportunidades e desafios para a participação brasileira no mercado doméstico e internacional de energia solar fotovoltaica", diz o assessor técnico do CGEE, Elyas Ferreira de Medeiros. Por intermédio desse trabalho, será possível construir e recomendar ações estratégicas aos órgãos de governo, universidades e empresas, sempre articuladas com a sociedade, para inserir o país nesse segmento. Ele explica que as vantagens da energia solar são muitas e os números astronômicos. Elyas cita um exemplo: em um ano, a Terra recebe pelos raios solares o equivalente a 10.000 vezes o consumo mundial de energia no mesmo período.
O CGEE destaca, em seu trabalho, a necessidade de que sejam instituídas políticas de desenvolvimento tecnológico, com investimentos em pesquisa sobre o silício e sistemas fotovoltaicos. Há a necessidade de fomentar o desenvolvimento de uma indústria nacional de equipamentos de sistemas produtivos com alta integração, além de incentivar a implantação de um programa de desenvolvimento industrial e a necessidade de formação de profissionais para instalar, operar e manter os sistemas fotovoltaicos.

Fonte: Revista Fiec